Sabe aquele dia em que você é pego de surpresa e fica sabendo que dará aula em uma turma que não estava em seu planejamento? Pois é, vida de professor é assim… a sorte é que tenho na minha malinha de ferramentas pedagógicas as tais rotinas de pensamento (já fiz aqui um post sobre isso).
De supetão, juntei três coisas que amo muito: Jornal Joca, rotina de pensamento e Google Jamboard. Criei uma atividade bem rapidinha no Jamboard utilizando a capa do Jornal Joca sem a manchete, somente com a foto, nas páginas seguintes a rotina de pensamento vejo-penso-pergunto e ao final da leitura e da discussão ainda realizamos a rotina de pensamento cabo de guerra.
Confiram as fotos da atividade com as observações a seguir:
A notícia era sobre um tema muito atual na época, as queimadas no Pantanal. Quando vi a foto de capa da reportagem, logo percebi que ela daria uma boa discussão. Não era o Pantanal pegando fogo; a princípio, a foto sem a manchete era bem emblemática, e já pensei logo na rotina de pensamento “vejo-penso-pergunto”.
Essa imagem rendeu uma ótima discussão, confiram os registros sobre o que os alunos do 4° ano do ensino fundamental viram nessa foto:
Em seguida, realizamos a segunda parte da rotina e os alunos registraram o que eles pensavam sobre essa imagem. Com base nos registros, fui perguntando em que elementos das fotos estavam se baseando. Muitos usavam as palavras guerra e destruição, apontando elementos como areia, pedaços de concreto, destroços e a ausência de elementos vivos na foto.
Logo depois, partimos para a última etapa da rotina, onde eles fizeram perguntas sobre aquilo que tinham visto e pensado.
Resultado das rotinas de pensamento
Fiquei satisfeitíssima com essa primeira etapa da atividade. A rotina de pensamento enriqueceu muito o debate, o registro ficou riquíssimo, o engajamento melhorou e houve uma aprendizagem baseada no coletivo, pois o debate e os registros proporcionaram troca de conhecimento.
Logo depois, realizamos a leitura do Jornal Joca com a reportagem na íntegra e chegamos a um ponto em que o jornal revelava os motivos que levaram às queimadas e quais alternativas poderiam ser utilizadas. Ganhei aí outro ponto importante de discussão: após essa leitura introduzi a rotina “cabo de guerra”, onde duas ideias opostas podem ser debatidas.
Com essa rotina, aprofundamos ainda mais o tema.
Antes da atividade, esse grupo de alunos já havia experimentado a rotina de pensamento “vejo-penso-pergunto”, de forma oral, apenas uma vez. A disposição na maneira de pensar já foi feita de maneira mais articulada entre uma atividade e outra.
Sou suspeita para falar, mas fiquei muito satisfeita!
Imaginem a potência dessa cultura de pensamento depois de um período, imaginem essa potência multiplicada por um coletivo de professores tornando o pensamento de seus alunos visíveis para eles mesmos, para os próprios alunos e para o grupo!
Me perdoem a empolgação, mas isso é o que desejo que todo professor consiga alcançar.